Epicentro da pandemia de Covid-19, a China deu uma enorme lição ao mundo de como frear a proliferação do vírus, largamente amparada pela tecnologia aplicada ao dia-a-dia das pessoas. Certamente que para padrões ocidentais, ter sua liberdade “vigiada” - como acontece na China - seria uma tarefa árdua, para dizer o mínimo. Mas inquestionavelmente, neste caso específico, as informações de localização e comportamento da população monitoradas pelo Governo chines serviram para gerenciar com extrema eficiência o problema.
Neste contexto, a China tem se expandido rapidamente e tende a se fortalecer ainda mais no cenário mundial, desbancando os EUA como maior economia do mundo. De acordo com o Gabinete Nacional de Estatísticas da China, o PIB chines cresceu 4.9% no 3º trimestre de 2020 frente 3º tri de 2019, já se aproximando do crescimento de 6% apresentado antes da crise do Covid. Isso ressalta a vantagem que a China tem sobre outras potências do mundo, que patinam na recuperação frágil e ainda enfrentam o fantasma de uma segunda onda de lockdown e restrições. A tabela abaixo traz projeções de PIB para 2020-2022, mostrando a posição de destaque da China.
Fonte: Fitch Ratings (Sep/20)
Falando especificamente do setor de tecnologia e inovação, a China caminha a passos largos para se consolidar na liderança. A Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi) afirmou que a China se tornou em 2019 a principal depositária de pedidos internacionais de patentes, superando os EUA pela primeira vez desde 1978, quando este acompanhamento passou a ser feito. Algo impensável há 20 anos, quando o volume de pedidos de patentes na China era 200 vezes menor que hoje. Este novo domínio chinês ilustra o desejo de Pequim de aumentar o valor agregado de sua economia, enfatizando se tratar de um "sistema de inovação favorecido pelo Estado", no qual subsídios públicos são peças fundamentais e vem ocorrendo sistematicamente desde o início da década de 80.
E neste ambiente de crescimento e oportunidades, alguns conglomerados se formaram, entre os quais destacamos Tencent, Alibaba e Baidu, cada qual com seus diversos braços de negócios e atividades. Tais conglomerados, além de fomentar a economia, tem um enorme impacto social na vida do povo chines, oferecendo oportunidades reais de inclusão social em áreas periféricas e rurais, e gerando renda e empregos.
Nas análises do Newton Fund, gostamos muito de Tencent e Alibaba, rapidamente descritas a seguir:
Tencent
E o maior portal de serviços on-line da China, oferecendo plataformas diversas com ênfase em conteúdo (jogos, músicas, vídeo), mídias sociais, meios de pagamento e propaganda on-line. Controla o aplicativo de comunicação instantânea “Wechat”, com 1.2 bilhão de usuários na China (e consequentemente explora o meio de pagamento “Wechat Pay”). Além disso, Tencent é dona da JD.com, um dos maiores marketplaces de e-commerce da China, além da 2ª maior empresa de cloud computing naquele país. Tencent tem um market cap de USD 730 bilhões.
Alibaba
A maior Plataforma de e-commerce da China (com mais de 55% de market share), fornecendo a estrutura tecnológica e a inteligência de marketing para que comerciantes e empresas possam alavancar a interação com consumidores e usuários de uma maneira mais eficiente. Alibaba projeta superar USD 1 trilhão em GMV (gross merchandise volume) em 2020, isto é, o volume bruto de venda de mercadorias transacionadas na sua plataforma. Além do e-commerce, Alibaba controla o Alipay (braço de fintech do grupo, que será listado no IPO da Ant Financial). O grupo também detém o AliCloud, maior provedora de Cloud Computing na China, e está expandindo suas operações para conteúdo (streaming de vídeo e música, e jogos online). Alibaba tem um market cap de USD 861 bilhões.
Acreditamos muito no contínuo crescimento destas empresas, impulsionadas pela inserção cada vez maior de classes menos favorecidas economicamente no mercado consumidor chines, e gradualmente um fortalecimento de suas operações no resto do mundo, apesar de embates pontuais com outras grandes potências.
F=ma
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