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  • Foto do escritorAlexandre Constantini

Amazon – um dos top picks do Newton Fund

Atualizado: 25 de ago. de 2021

A Amazon se reinventa a todo momento, seja nas promoções que faz (Amazon Prime Day, o Book Friday, etc), na logística extremamente ágil de entrega “expressa” para uma enormidade de itens em várias localidades, ou seja ainda nas ofertas de conteúdo de vídeo, música e jogos à disposição dos clientes Prime. Sem falar de suas aplicações de cloud computing através da AWS, cada dia maiores e mais relevantes no cenário global (respondendo por cerca de 12% da receita consolidada no 3Q20).


Agora a empresa acaba de colocar os pés mais agressivamente num segmento ainda “tímido” no seu portfólio, que é o segmento de farmácias e drogas prescritas, um mercado com margens saudáveis e de dezenas de bilhões de dólares somente nos EUA. A empresa já havia feito uma aquisição importante no setor de healthcare em 2018, adquirindo a farmácia online Pillpack, focada em doenças crônicas. E recentemente ela anunciou a criação da Amazon Pharmacy, que passa a vender com a mesma agilidade dos demais produtos uma variedade de medicamentos (originais e genéricos, com prescrição médica ou não). E a Amazon ainda dispõe da rede Whole Foods, caso queira explorar a venda de medicamentos no formato tradicional também. Como sempre alardeia o Professor da NYU, Scott Galloway - aliás, um crítico ferrenho ao tamanho, força e poder atingido pela empresa:

“A Amazon se aventura em novos setores e muito rapidamente tem musculatura, recursos e expertise para se tornar a líder de mercado naquele segmento”.

Isso ajuda muito a explicar os múltiplos altos que o mercado paga sem receio nas ações da Amazon, que podem ser traduzidos de várias formas: sinergias, novas fontes de receita, eficiência, ganhos de escala... boa parte disso tudo ainda bastante intangível. E é neste contexto que nossa metodologia TMFP (que analisa criteriosamente inúmeros aspectos sob a ótica de Tecnologia, Finanças, Mercado e Pessoas) nos ajuda a compreender melhor o possível comportamento das ações das empresas, não buscando um price target específico, que no caso de intangibilidade e ganhos futuros é algo bastante abstrato mas sim, a tendência de alta ou baixa que determinado papel pode apresentar em função da sua força de desenvolvimento.


A Amazon, em suma, são várias empresas em uma só. Temos a grande varejista de e-commerce, vendendo de tudo para todos, seja com estoque próprio (onde as margens são apertadas), seja como uma plataforma para 3ºs, onde oferece inteligência de mercado e logística de ponta para entregas em poucas horas. Temos a Amazon Web Services, a maior empresa de cloud computing do planeta, com capacidade ilimitada de recursos para hospedar os dados e operações de quem quer que seja. Temos a Amazon Prime que oferece conteúdo de músicas, jogos e vídeos (neste caso, boa parte com conteúdo próprio), tirando o sono dos grandes players de cada um destes setores. Temos ainda a Amazon do hardware, produzindo e vendendo Alexas, Echos, e outros devices inovadores, que tanta conveniência nos trazem. E agora temos a Amazon Pharmacy, ameaçando a hegemonia de players como CVS, Walgreens, entre outros. Sabemos também que a Amazon vem investindo maciçamente em tecnologia de veículos autônomos, como uma forma de aperfeiçoar sua frota de entregas. Se bem sucedido (e por que não seria?), empresas como Uber e Lyft tem muito com o que se preocupar. Desta forma, podemos concluir que a Amazon é uma empresa extremamente robusta no quesito tecnologia, ainda que a escalabilidade da sua principal linha de negócio (o e-commerce próprio) seja muito limitada e com desafios logísticos. A Amazon tem uma maturidade de roadmap muito bem definida, com lançamentos diversos em linha com sua estratégia de expansão (seja em logística, seja na AWS, seja nos serviços prime). A Amazon é extremamente beneficiada por efeitos de rede, e tem uma recorrência de receitas bastante favorável. Por mais que na essência alguém possa argumentar que a Amazon não ofereça serviços exatamente “indispensáveis” (com exceção de quem depende da AWS para suas operações diárias), a verdade é que 3ºs que utilizam a plataforma da Amazon para vender não abrem mão da inteligência de mercado e posicionamento que a empresa dispõe para suas operações, gerando vultosas receitas de marketing. Vemos na Amazon também uma experiência ao usuário (validação UX/UI) muito acima da média, atraindo e retendo clientes. E como não poderia deixar de ser, pela complementaridade das suas operações, a Amazon vem afetando diferentes cadeias produtivas, seja no varejo tradicional, na indústria de streaming de conteúdo, de procurement e logística, de could computing, entre outras.


Em termos financeiros, com um caixa de USD 68 bilhões no fim do 3Q20, e uma dívida de USD 33 bilhões, a qual a empresa levanta a um custo de captação menor que vários países (tais como China e Rússia, por exemplo) , a Amazon é uma fortaleza financeira. A empresa apresenta uma forte geração operacional de caixa (USD 55 bilhões no fim do 3Q20, referente aos últimos 12 meses), e embora não faça recompra nem pague dividendos, os recursos vêm sendo aplicados em novas operações (ou expansão de operações existentes) que geram muito valor ao acionista. Esta saúde financeira privilegiada permite a empresa atravessar praticamente ilesa por crises (como a atual do Covid 19), não só ajudando as comunidades (com inúmeras ações filantrópicas e doações ao redor do mundo) e ainda gerando empregos (mais de 200 mil novos postos foram criados para atender o aumento de demanda pela pandemia nos 2 últimos trimestres).




O céu é o limite para a Amazon em termos de mercado potencial. Com uma presença global no e-commerce (embora modesta na China, mercado amplamente dominado pelos players locais), e com os hábitos dos consumidores cada vez mais ávidos por compras online, ainda há muito mercado a ser transferido do Bricks & Mortar para o online (apenas 14% do mercado global de varejo passava pela internet em 2019, segundo o Statista, podendo chegar a 22% em 2023). A demanda por serviços de cloud-computing é diretamente proporcional à evolução das tecnologias e inovações, bem como à expansão das empresas, e a AWS cresce - e muito - ano a ano. O número de usuários Prime continua na ascendente, e o Statista projeta 142 milhões de membros apenas nos EUA atualmente. E novos nichos mercadológicos estão sendo explorados, como o de venda de medicações, energia renovável, e possivelmente automação de veículos. A Amazon tem posição de destaque e liderança em cada linha de negócio que entra, tanto no ponto de vista mercadológico, como de produtos e serviços. Pesa contra ela a pressão de agentes políticos e regulatórios no que diz respeito à sua dominância e força competitiva, e conservadoramente damos nota mínima para tal critério em nossa análise, embora acreditemos que qualquer decisão nesse sentido não deve quebrar a confiança de investidores e credores, ou seja, sem danos profundos às operações destas empresas.


Pelo que pudemos apurar nas nossas pesquisas, trabalhar na Amazon parece ser uma boa experiência; com funcionários, de uma maneira geral, motivados e satisfeitos com seus benefícios e remuneração, felizes em fazer parte de uma empresa inovadora e que facilita a vida das pessoas, e que oferece oportunidades de treinamento e desenvolvimento profissional. Um bom exemplo desta percepção foi o Amazon Career Day durante o 3º trimestre de 2020, um evento (virtual, em função da pandemia) onde a empresa oferece vagas a potenciais candidatos e auxilia na elaboração de currículos com dicas e ideias. Tal evento teve a participação de 320 mil pessoas nos EUA e Canadá, visando preencher mais de 120 mil vagas nestes países, e a Amazon recebeu cerca de 384 mil currículos para estas vagas. Com referência ao Board da empresa e seu C-level, ambos capitaneados por seu fundador Jeff Bezos, vemos uma combinação forte de sensorialidade e complementaridade, e com práticas de remuneração em linha com os grandes players do mercado.


Gostamos muito de Amazon, e olhar simplesmente para seus múltiplos tradicionais de P/L, EV/sales ou EV/EBITDA, com tantas linhas de negócios diferentes (embora complementares) ainda em níveis de maturação tão distintos, nos leva a crer que as conclusões tendem a ser equivocadas. A Amazon não é uma ação barata, mas por todo o potencial de crescimento, inovação, ruptura, liderança discutidos acima, seus papéis podem ficar ainda mais caros gradualmente. Inegável que Amazon já é uma winner, e vemos a empresa ainda rumando na J-curve para uma perpetuidade rentável, o que deve destravar novos clusters de valor.


F=ma

 

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